Envelhecimento de pessoas com HIV/Aids
09.12.2016 - http://www.blog.saude.gov.br/l5erda
O envelhecimento das pessoas vivendo com HIV/aids foi um dos
temas discutidos durante esta semana em Genebra, na Suíça, por ocasião da 39ª
reunião da Junta de Coordenação do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre
HIV/Aids (Unaids) – Programme Coordinating Board, em inglês –, mais conhecido
pela sigla PCB.
Participaram da reunião representantes de 22 governos de
todas as regiões geográficas, das agências cofinanciadoras e de cinco
organizações não governamentais, incluindo associações de pessoas vivendo com
HIV. O PCB atua sobre as questões programáticas relativas à política,
estratégia, finanças, acompanhamento e avaliação do Unaids. O 39º PCB começou
na terça-feira, 6, e encerra-se nesta quinta-feira, 8.
O Brasil apresentou sua experiência na política de prevenção
ao HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST) entre pessoas com
mais de 50 anos de idade. A diretora do Departamento das IST, do HIV/Aids e das
Hepatites Virais (DIAHV), Adele Benzaken, representou o país, participando do
segmento temático que discutiu “HIV e envelhecimento”.
A pedido do Unaids, foi exibida a campanha publicitária
Clube dos ENTA, realizada pelo Ministério da Saúde em 2008. A campanha é
considerada um caso de sucesso – por sua abordagem criativa de prevenção ao
HIV, reconhecendo a vivência da sexualidade entre os idosos. O Brasil é um dos
poucos países a terem realizado ações de comunicação com ênfase nesse público.
Adele Benzaken ressaltou as barreiras culturais que os
serviços de saúde enfrentam, em sua rotina, para discutir sexualidade e
prevenção do HIV e outras IST entre os mais velhos. A diretora também destacou
os avanços e desafios da resposta brasileira ao HIV/aids, apresentando dados de
pesquisas e dos sistemas nacionais de informação.
Veja aqui a campanha CLUBE DOS ENTA
A programação do PCB abordou temas extremamente relevantes
para a resposta global ao HIV. Para a embaixadora Regina Dunlop, delegada
permanente do Brasil junto às Nações Unidas e outras organizações
internacionais em Genebra, o encontro foi uma grande oportunidade de debate
entre os países sobre temas essenciais para acelerar a resposta global ao HIV,
como a eliminação da transmissão vertical. Em seu discurso na abertura do PCB,
a embaixadora mencionou a iniciativa brasileira de certificar os municípios que
eliminarem a transmissão vertical. “Essa é uma prioridade para o Brasil, e uma
ação ousada como essa pode estimular os municípios a adaptarem, aprimorarem e
ampliarem suas próprias respostas à epidemia rumo à certificação nacional”,
disse.
Outro tema importante apresentado pela delegação brasileira
no 39º PCB foi o papel das comunidades na eliminação dos níveis epidêmicos de
aids até 2030. “Desde o início da epidemia, o Brasil construiu sua resposta
nacional com a participação direta da sociedade civil, e esses esforços foram
fundamentais para aprimorar as políticas públicas e alcançar os grupos mais
afetados pelo HIV”, disse Dunlop, garantindo: “continuaremos apoiando as
organizações da sociedade civil”. Em sua fala, a embaixadora destacou a preocupação
de países de baixa e média renda quanto ao acesso a medicamentos e o papel
relevante exercido pelo Unaids no debate internacional sobre propriedade
intelectual.
Também esteve presente no 39º PCB o embaixador Guilherme
Patriota, delegado permanente alterno do Brasil junto às Nações Unidas e outras
organizações internacionais em Genebra. Em um de seus discursos, Patriota
reiterou o papel essencial da sociedade civil como “grande pilar transformador
de políticas de saúde voltadas para o HIV no Brasil”. Como exemplos
inspiradores, citou as estratégias brasileiras “Viva Melhor Sabendo”, “Fique
Sabendo Jovem” e “A Hora é Agora”. Para Patriota, “o ativismo de
populações-chave é a base para alcançarmos as mudanças almejadas no curto e
médio prazo”.
PCB – As funções do PCB incluem estabelecer políticas e
prioridades gerais para o Unaids; avaliar e decidir sobre o planejamento e a
execução da estratégia do Unaids, considerando todos os aspectos do
desenvolvimento do programa e examinando os relatórios e recomendações
apresentados pelo comitê de organizações cofinanciadoras e pelo
diretor-executivo; e analisar as propostas do diretor-executivo e aprovar as
disposições para o financiamento do Unaids, entre outros.
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